segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Estar só e ser só




Todos os dias, ao me levantar, tratava de encaixar a máscara mais corajosa sobre as minhas lágrimas... Sobre o meu semblante abatido devido às noites insones... Sobre a minha devastação emocional, me escondendo atrás da minha própria sombra. 
Ele havia partido. Percebi que a única coisa que ainda existia entre nós, era a amarga distância e a dor pungente do abandono – a qual se recusou me abandonar com a mesma facilidade. 
Então outros vieram e se passaram por mim, sempre desviando da intenção de permanecer ao meu lado. Foram tantas tentativas frustradas de seguir em frente e durante todo esse tempo, percebi que estava em busca de algo... Ou melhor, em busca de alguém que fosse capaz de me proporcionar algo. 
De repente, me vi em meio de encontros mecânicos, beijos forçados, lidando mentes e corpos vazios, obtendo prazeres momentâneos e carregando arrependimentos duradouros. Havia deixado meu bom senso de lado para me entregar à carência. Logo, percebi que estava presa a uma montanha-russa contínua de expectativas abaladas. Estava cansada, a solidão consumindo cada íntimo do meu ser. 
Permiti que minha mente vagasse, em busca de respostas e descobri algo: há uma diferença entre estar só e ser só e naquele instante, pude notar na que verdade, eu era só. Existe uma linha tênue entre dois termos que comumente podem ser confundidos entre si: solitude e solidão. No primeiro caso, se trata de estar só, de ter a liberdade de aproveitar a vida à sua maneira, sem precisar de um amparo para lhe trazer felicidade, porque afinal, apenas você pode ser único responsável pelo seu bem-estar. Já a solidão é associada à dor de ser só, pois para ser completo, é necessário que alguém faça isso por você.
Não seja só, esteja só. A sua companhia deve lhe bastar. Você só será capaz de ser plenamente feliz com outra pessoa quando você estiver feliz consigo mesmo.  

Obs.: clichê, eu sei, mas somente porque se trata da realidade nua e crua.

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