Todos os dias, ao me levantar, tratava de encaixar a máscara mais
corajosa sobre as minhas lágrimas... Sobre o meu semblante abatido devido às
noites insones... Sobre a minha devastação emocional, me escondendo atrás da
minha própria sombra.
Ele havia partido. Percebi que a única coisa que ainda existia
entre nós, era a amarga distância e a dor pungente do abandono – a qual se
recusou me abandonar com a mesma facilidade.
Então outros vieram e se passaram por mim, sempre desviando da
intenção de permanecer ao meu lado. Foram tantas tentativas frustradas de
seguir em frente e durante todo esse tempo, percebi que estava em busca de
algo... Ou melhor, em busca de alguém que fosse capaz de me proporcionar algo.
De repente, me vi em meio de encontros mecânicos, beijos forçados,
lidando mentes e corpos vazios, obtendo prazeres momentâneos e carregando
arrependimentos duradouros. Havia deixado meu bom senso de lado para me
entregar à carência. Logo, percebi que estava presa a uma montanha-russa contínua
de expectativas abaladas. Estava cansada, a solidão consumindo cada íntimo do
meu ser.
Permiti que minha mente vagasse, em busca de respostas e descobri
algo: há uma diferença entre estar só e ser só e naquele instante, pude notar
na que verdade, eu era só. Existe uma linha tênue entre dois termos que
comumente podem ser confundidos entre si: solitude e solidão. No primeiro caso,
se trata de estar só, de ter a liberdade de aproveitar a vida à sua maneira,
sem precisar de um amparo para lhe trazer felicidade, porque afinal, apenas
você pode ser único responsável pelo seu bem-estar. Já a solidão é associada à
dor de ser só, pois para ser completo, é necessário que alguém faça isso por
você.
Não seja só, esteja só. A sua companhia deve lhe bastar. Você só será
capaz de ser plenamente feliz com outra pessoa quando você estiver feliz
consigo mesmo.
Obs.:
clichê, eu sei, mas somente porque se trata da realidade nua e crua.
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